sexta-feira, 10 de abril de 2020

Não precisa mais

Não se aproxime muito de mim, sei que é ruim. Não imagino por quando tempo conseguirei viver assim.

Sem beijos e abraços por quanto tempo mais? Antes eram atitudes triviais, hoje vamos aprender a ser mais formais.

Não venha me visitar jamais, mas emane bons pensamentos, estes sim podem entrar a todo momento.

Me deixe sozinho com meus ideias, agora seremos seres individuais, para o bem dos demais.

Não quero mais tanta intimidade no meio dessa calamidade, aceito apenas sua reciprocidade nessa nova realidade.

Não desejo muito contato pessoal, apenas impessoal. Serei grato se entender de bom grado.

Não precisa mais me convidar para sair,  pois vou ficar por aqui, esperando o fim para voltar a sorrir.

Só peço um favor a ti: Nunca esqueça de mim. Eu quero te ver feliz, mesmo com tudo que estar por vir.

Bruno Pitanga


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Às vezes...

Às vezes sou esquizofrênico, quando prefiro viver uma ilusão, a de que está tudo bem. Para isso, crio uma realidade confortável, mas longe da verdade. 

Às vezes sinto-me autista, quando prefiro me ausentar, desconectar de todos e viver no meu mundo particular. Só assim encontro comigo mesmo.

Às vezes demonstro ser bi-polar, quando manifesta em mim uma força desconhecida, que me faz perceber o quanto ainda não conheço a minha essência.

Às vezes sinto a depressão, quando me vejo introspectivo, calado. Mas preciso desse tempo, não me julgue doente. 

Às vezes a síndrome do pânico vem, quando não vejo mais o seu olhar a brilhar pra mim. Quando sei que vou precisar sepultar o nosso amor.

Às vezes tenho TOC, sempre que por repetidas vezes falo eu te amo. Que me amo. Que sempre vou amar.

Às vezes, muitas vezes, a ninfomania aparece, me deixando com sede e desejo da mais profunda forma de meditação. Não precisa aprisionar essa força. Doe vida!

Às vezes sou cleptomaniaco. Quem não é? Quem nunca desejou possuir aquilo que não tem? Certamente mentalmente já pensou. E só em pensar o fato já está consumado. Se contente com o que você tem.

Às vezes percebo a histeria, quando permito a catarse. Quando deixo a emoção fluir. Nunca controle as suas emoções, liberte-as. 

Às vezes deixo a fobia transparecer, pois tenho medo, vários medos, especialmente de não amar mais e sofrer.

Às vezes, quase sempre, diariamente olhe pra você, e veja o quanto ainda tem a amadurecer.   Pois o outro mora dentro do seu ser. 

Bruno Pitanga