O
pavão e a águia são aves belas. Bastante diferentes, mas que se igualam na
beleza. Caso pudéssemos escolher uma máscara dessas aves, qual usaríamos? O
pavão vive cerca de 20 anos, não voa, não canta, é inofensivo e capaz até de
ser domesticado. Já a águia vive cerca de 35 anos, voam muito alto, apresenta um
canto de arrepiar e é quase impossível sua domesticação. Mas a beleza das duas são deslumbrantes! E a
máscara, qual usaríamos?
Certamente
escolheríamos a máscara da águia, pois nela existem muitas qualidades. Essa
máscara nos tornaria tão imponente como esta ave. Iriamos parecer forte. A
águia é capaz de abater até mesmo o pavão. Seriamos capazes de intimidar
facilmente o próximo. Mas poucos são aqueles que usam essa máscara e conseguem
viver a essência das águias. Aqueles que voam alto, não para humilhar ou
amedrontar, mas para estimular o outro a conseguir elaborar o mesmo voo e
chegar na mesma altura.
E a
máscara do pavão? Escolher a máscara dessa ave significa reconhecer suas
limitações. Não voa, vive menos e é inofensivo. Poucos têm a coragem para
reconhecer e expor suas limitações. O pavão, mesmo que esteja diante de uma
águia, não fica intimidado, tem a coragem e a força para abrir suas penas e
apresentar sua beleza. Todos, sem exceção, param seus afazerem para contemplar
tamanha maravilha. O pavão nos faz lembrar que apesar de todas as nossas
limitações sempre existe, em nossa essência, alguma maravilha que esquecemos.
Materializar o pavão nos estimula a colocar essas maravilhas como evidência,
não nos importando com as nossas limitações.
Claro
que as máscaras das aves estão colocadas no sentido figurado. Na verdade
precisamos refletir sobre a personalidade dessas aves e relacionar com a nossa.
Envergonhar-se das próprias limitações mostra imaturidade emocional. Quando
tivermos a coragem de nos assumir como um pavão certamente encontraríamos a
paz. Sim, podemos encontrar essa paz observando a personalidade das águias, mas
também corremos o risco de nos deixar envolver pelo orgulho e vaidade, pois
como já disse, são muitas as qualidades dessa ave.
Águia
ou pavão, não importa. O importante é reconhecer suas limitações e valorizar
suas virtudes. Não duvide, todos temos virtudes. As vezes a vergonha das
limitações nos paralisa, mas como o pavão precisamos manter a cabeça erguida.
Como disse o rei do reggae Bob Marley “Não precisa ser perfeito. Pra mim, basta
que seja verdadeiro.” Ser
quem realmente somos, viver nossa essência, respeitar e aceitar nossas
limitações, sem precisar maquia-las, esse é o desafio.
Pavão dourado. Fonte imagem: |