Observando
a natureza vi uma cena surpreendente que me chamou muito a atenção. Notei que
um passarinho tentava imitar um beija-flor. Toda vez que o beija-flor chegava
na flor, o passarinho lá estava. Por mais que ele tentasse nunca conseguiria,
pois, o beija-flor tem adaptação únicas que não existem nos passarinhos.
Observei
a atenção do passarinho olhando a sutileza do beija-flor. Ele olhava sua
delicadeza, olhava o respeito com que tratava a flor. Atentamente observava sua
dança no céu. Quando o beija-flor partia, lá ia ele tentando imitá-lo. Mas com
movimentos muito grosseiros não conseguia o equilíbrio. Sem forças para bater
suas asas como o beija-flor, acabava por desistir. E aceitava sua vida de
passarinho.
Observando
tudo isso, pensei: Será que somos assim? Será que vivemos tentando imitar os
outros?
Precisamos
de exemplos, é fundamental termos referências na vida. Mas jamais conseguiremos
ser igual a alguém. Vejo pessoas que dizem: Queria ser igual a “fulano”.
Respondo: Seja
você mesmo! Como
disse Osho: “Ser
autêntico significa ser fiel a si próprio. É um fenômeno muitíssimo perigoso;
são raras as pessoas que o fazem. Mas sempre que as pessoas o fazem, elas
conseguem. Elas conseguem uma beleza tal, uma graça tal, um contentamento tal
que não pode ser imaginado”.
Seja
autêntico. Não queira viver como aquele passarinho. Imagine sua aflição
desejando ser igual ao beija-flor. Ser autêntico significa aceitar quem você é.
Vivemos imitando os outros. Imitamos a forma de falar, imitamos a forma de
vestir, imitamos até mesmo o carro. E quando percebemos que aquela forma de
falar não combina conosco, quando percebemos que aquela forma de vestir não
combina conosco, quando percebemos que não podemos comprar aquele carro, a
aflição é certa. O melhor mesmo é aceitar sua vida de passarinho.
Não
se preocupe com os julgamentos alheios. Seja autêntico. Não se preocupe com os
comentários alheios. Seja autêntico. Não queira viver um personagem, pois é
assim que muitos vivem. Se preocupam tanto em agradar o outro, se preocupam
tanto com a aceitação, que esquecem de ser autênticos. Não queira ser um
simples personagem, seja o autor. Seja o autor da sua vida! Devemos admirar
pessoas, mas jamais querer ser igual. Uma vez que, se isso acontecer, seremos
um personagem. Quanto mais autêntico formos, mais teremos pessoas autênticas do
nosso lado.
E
o passarinho? Depois de tanto tentar imitar o beija-flor reconheceu que jamais
seria como ele. Sentou em um galho, e iniciou um canto belíssimo. Tão belo que
parei meus afazeres para escutar aquele canto. Tão belo que fez o beija-flor
parar de beijar a flor e admirá-lo. Ele sabia que não tinha a capacidade de
cantar como aquele passarinho. Certamente naquele momento pensou em ser um
pássaro cantante! Diante disso, refleti: Realmente não adianta imitar ninguém,
aceite quem você é. Seja autêntico, pois dentro de nós habita alguma
potencialidade que muitas vezes está reprimida, ou que ainda não reconhecemos. Então
faça como aquele passarinho, pare de se preocupar com as qualidades dos outros
e passe a reconhecer as suas. Seja você um beija-flor ou um passarinho.