domingo, 27 de maio de 2018

Em meio ao caos

No meio ao caos penso de quem será a culpa. Será que dos pobres caminhoneiros? Será que dos soberanos políticos? Ou será de ambos? Não sei responder a essa pergunta, mas pensei em um terceiro culpado também. Talvez muitos já tenham percebido a sua responsabilidade em toda essa problemática. Então pergunto: Qual a nossa parcela de culpa em tudo que vem ocorrendo? Será que também não temos que pensar nisso?

Meditei e refleti muito nesses últimos dias junto com as Forças Universais. E essas Forças me fizeram reconhecer que todo o caos que estamos vivento só tem um único objetivo, o de fazer com que todos nós despertemos. Sei que é uma tarefa difícil, mas precisamos aprender e não ficar buscando um responsável, pois certamente esse caos é fruto das nossas atitudes que muitas vezes são impensadas. É fundamental uma situação desse porte para que acordemos. 

Quantas vezes paramos para pensar nos doentes que estão nos hospitais lutando por sua sobrevivência. Presenciei uma conversa na faculdade entre alunos onde um deles se colocou: “Agora estou preocupado com os doentes. Agora pensei neles! Fico pensando na agonia desses doentes que lá estão! ” E eu respondi: “Fico feliz que no meio do caos você parou para pensar nessas pessoas. Se antes você não pensava, agora aprendeu a pensar. Muito bom. ” Realmente esse caos despertou algumas pessoas que antes dormiam, que nunca pensavam em nossos irmãos nos hospitais.

Quantas vezes nos preocupamos com a escassez dos alimentos nas prateleiras dos supermercados. Estive em um estabelecimento comercial desses em meu bairro e notei a conversa de um pai com suas duas filhas, onde uma delas insistia que queria comprar ainda mais um determinado gênero alimentício para deixar armazenado em sua casa. Eis que disse o pai: “Filha, precisamos pensar nas outras pessoas também, tem pouco disso aí, e precisamos deixar para os outros.” Minha alma se encheu de alegria e contentamento. Não perdi tempo e cumprimentei logo aquele pai. E ele me disse: “Querido, hoje precisamos pensar em todos.” Hoje! Que bom que esse dia chegou, ele deu o primeiro passo. Hoje ele pensou em todos e ensinou para suas filhas sobre a cidadania. O hoje chegou. Agradeci a Deus por presenciar tudo isso!

Quantas vezes refletimos que o dinheiro não compra tudo. Em um desses postos de gasolina vi uma senhora chegar com aqueles carros caríssimos, que deve custar o mesmo preço que um apartamento popular.  Ela furou a fila, desceu do carro e falou diante de todos: “Eu tenho dinheiro!” Abriu sua carteira e mostrou sua quantidade em espécie. Eis que o frentista falou: “Senhora, por favor, não precisamos disso, todos atrás da senhora também têm o mesmo dinheiro para pagar a gasolina.” Ela olhou para a fila, pensou no que fez e partiu. Que coisa, mais uma vez o caos despertou um espírito. Fez ela pensar que todo aquele dinheiro não tem valor algum. Que todos nós somos iguais!

Muitos somente agora vão passar a valorizar ainda mais os caminhoneiros, os varredores das ruas, os profissionais das vans escolares, os motoristas de ônibus e afins. Vamos ter mais compaixão com aqueles que sofrem com a pane seca, e saberemos perdoar essa infração de transito. Vamos sentir falta das missas, dos cultos religiosos, das doutrinárias espíritas e até mesmo das aulas que foram cancelas. Enfim, vamos aprender a valorizar mais as pessoas e as situações simples do dia-a-dia. Realmente somente valorizamos algo quando a perdemos. 

Quando, até quando, por quanto tempo dormiremos? A culpa disso tudo é de todos nós. Precisamos agradecer mais, a ficar procurando um culpado. Atitudes mesquinhas como essas só fazem inflamar ainda mais a situação. Vamos olhar para nós mesmos e enxergar nossa responsabilidade também. Desejo paciência aos caminhoneiros, discernimento aos políticos e fé para toda a população brasileira.