quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Assim sou eu

Sou andarilho das estradas da vida.
Ando nos trilhos, mas sou andarilho.

Sou ave sem direção em busca do ninho
Mas buscando o ninho encontro a direção
Sou bala perdida sem destino meio confusa
Mas sei encontrar meu destino quando no meio da confusão
Sou cometa girando a órbita terrestre sozinho
Mas todos sabem que cometas não andam sozinhos
Sou marionete controlada pelas mãos dos outros
Mas sei que consigo cortar os cordéis e reclamar o controle

Sou andarilho das estradas da vida.
Ando nos trilhos, mas sou andarilho.

Sou aquele zangão zangado fora da colmeia
Mas quando expurgado sei levar a chave da cadeia
Sou aquele peixe fora d’água debatendo-se na praia
Mas sei encontrar minha praia quando cheio de mágoa
Sou aquela árvore amaldiçoada que não dá frutos
Mas ao invés dos frutos sei abençoar com uma sombra adorada
Sou aquele vulcão que derrama sua lava ao entrar em erupção
Mas sei lavar o local da explosão apagando o fogo do vulcão  

Sou andarilho das estradas da vida.
Ando nos trilhos, mas sou andarilho.

Tem momentos que sou andarilho andando sob os trilhos
Tem momentos que sou andarilho andando sobre os trilhos
Tem momentos que pareço ser forte
Tem momentos que percebo que sendo fraco pareço forte
As vezes sei me esconder detrás da fortaleza
As vezes usando uma máscara consigo esconderijo
As vezes sei representar situações como um personagem
Só que muitas vezes o personagem simula situações esquecendo do seu esconderilho
E esse personagem não mais representa, apresenta sua figura autêntica
Assim sou eu

Sou andarilho das estradas da vida.
Ando nos trilhos, mas sou andarilho.

Poema escrito por Bruno Pitanga com a coparticipação do espírito de Anna Luíza Ferrão Teixeira (1879-1940).

Andando nos trilhos e fora deles.
Fonte imagem: mochileiros.com