segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Da água para o vinho

Na semana do natal estive em um shopping center na cidade de Salvador-Ba, Brasil. Caminhava a procura de presentes para amigos e familiares. Muita gente, pessoas se esbarravam, corriam e gritavam sobre as promoções. Percebi um casal que discutia sobre o presente que deveria comprar. Em outro momento, uma criança gritava, coagindo a mãe para comprar o presente escolhido. Caos estabelecido, foi essa a impressão que tive. Resolvi sentar e observar ainda mais. Desta vez, o sentido da audição foi ampliado, escutei uma das músicas mais tocadas no final de ano, escrita por Ivan Lins. Diz uma parte da música: “Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”. Olhava as pessoas e escutava a música, pareciam estar hipnotizadas. Pouco dinheiro no bolso. E a saúde? Saúde apenas para ricos, quem pode comprá-la terá bastante. Quanta incoerência na semana que deveria prevalecer o amor altruísta.
A essência natalina foi esquecida. No dia vinte e quatro de dezembro, as famílias estarão reunidas, trocarão os presentes comprados, ou seja, todos deverão ganhar o presente. Mas devemos lembrar do aniversariante da noite, temos a obrigação de lembrar do presente de Jesus. Você, que lê esse texto, lembrou do presente de Jesus? O presente Dele não precisa ser comprado, pois não poderá ser algo material. O presente de Jesus tem que necessariamente ser feito. Fazê-lo dar muito trabalho, mas precisamos presentear o Mestre. Não podemos ir para um aniversário e esquecer o presente do aniversariante! Qual o melhor presente? Sua transformação, esse é o presente para Jesus. Esse Mestre transformou a água em vinho, representado a modificação para algo melhor (claro que seria bem melhor o suco de uva). Fazer nossa transformação para algo melhor é o presente para Jesus. Como diz Raul Seixas: “prefiro ser, essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Metamorfose, estamos prontos? Estamos dispostos à transformação? Esse processo pode ser bastante demorado, mas devemos iniciar. Certamente Jesus perceberá a elaboração do seu presente e ficará bastante feliz quando o processo finalizar.
Para a transformação devemos buscar referências. Gosto muito de Madre Tereza de Calcutá. Mas existem muitos outros. Certa vez, um jornalista perguntou a Madre Tereza o que precisa mudar no mundo para que toda a miséria e abandono acabassem. Com toda humildade e sabedoria, marcas dessa Madre, ela respondeu: “Para que toda miséria e abandono do mundo acabem, para que todas as desgraças sejam eliminadas, apenas duas coisas precisam mudar: Eu e você!” Eis o presente de Jesus. Madre Tereza nos revela qual presente o Mestre gostaria de ganhar em seu aniversário. 
Com isso, devemos iniciar a elaboração desse presente. Como manual de instrução a seguir, sugiro a oração de São Francisco, pois nos direciona para a transformação. Após a leitura dessa prece, devemos partir para a prática, e colocar em ação tudo o que São Francisco nos solicita. Desta forma, estaremos presenteando Jesus e não iremos ao seu aniversário de mãos vazias.
Transformação da água em vinho

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Pendurada pela Raiz

Certa vez presenciei uma cena muito encantadora. Caminhado pela rua vi uma árvore muito bonita, sua copa bastante robusta e raízes muito longas, talvez a procura de nutrição. Isolada, sem nenhuma outra por perto. Suas folhas pareciam brilhar, refletindo sua saúde e bem estar. Forçando o olhar era possível visualizar até mesmo seus frutos. No entanto, não é essa a imagem interessante que marcou minha memória, mas a forma como essa árvore estava vivendo.  Talvez suas sementes tenham sido levadas por pássaros, insetos ou até mesmo pelos ventos. O fato é que aquela planta cresceu pendurado no viaduto. Poucos dão atenção a ela, apesar do exemplo de força, coragem e determinação que pode nos ensinar.
Imaginem quantos empecilhos ela teve que vencer. Conseguir alimento, segurança, sustentação... São apenas alguns listados, mas certamente existem outros que não conseguimos pensar. Tentar se colocar no lugar daquela planta é quase impossível. Mas podemos usar nossa imaginação.
Como estamos desenvolvendo nosso potencial? A coitada da árvore, mesmo pendurada consegue os elementos essenciais para sua nutrição! Precisou vencer a resistência do concreto para sustentar sua vida. Quantos de nós temos essa força? Diante das dificuldades logo perdemos a paciência. Esquecemos que ao desenvolver a paciência, futuramente colheremos os frutos, e conseguiremos sustentar nossas vidas e até mesmo as de outras pessoas. Força, essa é a palavra-chave! Qual o segredo para essa planta conseguir tamanha força? Simplesmente através do sol. Essa árvore elabora, pelo processo da fotossíntese, a energia necessária para a sua sobrevivência. Não, não realizamos fotossíntese como os vegetais, mas podemos conseguir a força. Energizamos nossas potencialidades reprimidas ao deixar o corpo exposto ao sol, de preferência pela manhã ou ao final da tarde, horário em que podemos suportar a potente energia dessa bola de fogo. Quando foi a última vez que aproveitou o sol nesses horários? Será que não estamos vivendo confinados sem contemplar o sol? A energia solar transcende os dogmas científicos! Quando entramos em contato com as forças desse Astro, ampliamos nossa percepção, e abrimos o canal para influências positivas. Sergio Brito, cantor e compositor da banda Titãs diz “Enquanto houver sol, ainda haverá...”  Haverá vida. Mesmo pendurada pronta para despencar, encontra no sol os elementos essenciais para promover o sustento das suas dificuldades favorecendo seu crescimento e desenvolvimento.
A sabedoria oriental nos ensina “Volta teu rosto sempre na direção do sol, e então, as sombras ficarão para trás.” Vamos seguir esse sábio ensinamento. Diante das dificuldades, lembra-se dessa planta. Apesar de todos os problemas enfrentados para sua sobrevivência encontrou no sol a força e a energia vital para encará-los e sustentar sua vida, mesmo que pendurada pela raiz. Portanto, prefiro seguir o conselho de Antônio Nastácia, compositor da música O sol, quando diz: “E se quer saber pra onde eu vou, pra onde tenha sol, e pra lá que eu vou”.

Árvore localizada no viaduto da Avenida Ogunjá. Salvador, Bahia, Brasil. Foto: Gustavo Rodrigues 


sábado, 8 de novembro de 2014

Equanimidade

A palavra equanimidade é pouco utilizada em nosso vocabulário, mas tem um significado bastante desafiador.
Equanimidade é a certeza que tudo passa. Os bons momentos vão chegar ao fim, os maus também. Então qual o sentido das aflições? Certa vez observei a alegria de uma criança ao ganhar um pirulito. Foi uma felicidade tamanha que abriu o doce e, sem perder tempo, iniciou a cerimônia de desfrutar a doçura do pirulito. No entanto, o jovenzinho não havia sido educado para ser equânime, pois ao finalizar o momento de prazer, começou a chorar copiosamente. Ainda não havia entendido a brevidade dos momentos! Devemos aceitar a brevidade das situações. Desta forma, encontraremos a verdadeira plenitude. Portanto, o pirulito acaba, o prazer acaba, mas permanecemos obcecados por esses momentos. Esquecemos que tudo vai passar. Se aproveitássemos integralmente os momentos felizes aceitaríamos que a felicidade plena existe, pois o momento foi vivido intensamente.
As situações difíceis também são breves. A fotografa e ativista bengalesa Taslima Akhter sabe muito bem disso. Na sua cidade ocorreu um horrível desabamento. Taslima relatou na revista Time que permaneceu no local assistindo e fotografando o acidente. Disse a fotografa: “exausta mental e fisicamente, foi assim que estava”. Horas depois de “flashs” aleatórios, algo chocante surgiu diante de suas lentes. Uma imagem que iria fazer o mundo refletir sobre a verdadeira equanimidade. Ela fotografou um casal morto abraçado nos escombros. Essa cena difícil de ver nos faz refletir bastante. O que será que sentiram naquele terrível momento? Talvez possamos supor. Penso que desenvolveram sua equanimidade. Refletiram que aquele sofrimento logo teria fim, mesmo que o fim fosse a morte. E abraçados aguardaram pacientemente. 
Como cantou o norte-americano Bobby McFerrin, Don't worry, be happy (não se preocupe, seja feliz). A preocupação com os problemas nos faz piora-los. Se desejamos a tranquilidade e a paz devemos sempre ter a certeza da sua brevidade. A brevidade dos momentos e instantes, sejam eles bons ou ruins. Quanto atingirmos a equanimidade teremos o equilíbrio. Disse Chico Xavier: "Havia um homem que costumava ter em cima de sua cama uma placa escrita: ISSO TAMBÉM PASSA... então perguntaram à ele o porquê disso... ele disse que era para se lembrar que, quando estivesse passando por momentos ruins, poder se lembrar de que eles iriam embora. Mas essa placa também era para lembrá-lo que quando estivesse muito feliz, que não deixasse tudo pra trás, porque esses momentos também iriam passar e momentos difíceis viriam de novo...E é exatamente disso que a vida é feita: MOMENTOS!”
Foto Taslima Akhter. Desmoronamento em uma fábrica de roupas em Dhaka, Bangladesh. Publicado na Revista Time.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Coragem ou imprudência?

Como somos imprudentes. Prudência é o mesmo que respeitar a si mesmo. Quanto mais sábio, mais prudente.
Vivemos arriscando nosso bom senso. Precisamos refletir bastante antes de decidir o melhor caminho a ser seguido. Muitos exageram na coragem. Mas será uma atitude louvável ou estão caminhando para o fracasso?  Como disse o poeta baiano Gilberto Gil “andar com fé eu vou, porque a fé não costuma faia”. Será que realmente devemos abraçar uma fé irracional ou agir com bastante prudência para evitar o caos?
Muitas vezes agimos como se estivéssemos cegos. Coragem é importante, mas desde quando esteja junto a prudência. Ser corajoso não é sinônimo de alguém forte, na maioria das vezes revela uma pessoa extremamente fraca. Basta observar aqueles que preferem arriscar sua integridade ao invés de controlar seu orgulho e vaidade.
Aquele que foi educado para ser prudente poderá ser bastante corajoso, no entanto, sua coragem apresentará racionalidade e bom senso. Não haverá espaço para riscos absurdos, sua fé será extremamente fortalecida pela razão. Certamente encontrará paz e harmonia. 
Corajoso não é aquele que enfrenta todos para impor seus objetivos, mas aquele que se mostra fraterno, caridoso e acolhedor diante do próximo. Corajoso não é aquele que agride, mas aquele que após ser agredido consegue perdoar, e entende a fraqueza do agressor.  Corajoso não é aquele que realiza aventuras extraconjugais em busca de prazeres da carne, mas aquele que sabe dizer que o amor acabou de forma respeitosa e harmônica. Corajoso não é aquele que arrisca sua vida em busca de prazeres momentâneos, mas aquele que consegue seguir seus objetivos e princípios sem permitir a influência contraria de pessoas que ainda não adquiriram a racionalidade.
Como disse Confúcio “Saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem”. Sendo confrontado com situações que, mediante profunda análise, concluímos ser incoerentes com os princípios sociais, devemos reagir com extrema coragem. E neste caso, buscar na prudência o amparo necessário para assegurar a coragem racionalizada.
Allan Kardec, codificador da doutrina espírita, afirma que “os homens semeiam na terra o que colherão na vida espiritual: os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza”. Com isso, devemos ter bastante coragem raciocinada para enfrentar os desafios, caso contrário, deixaremos nossas fraquezas expostas revelando a nossa verdadeira essência.
Coragem ou imprudência?


terça-feira, 30 de setembro de 2014

sábado, 13 de setembro de 2014

O poderoso vírus

  
Um vírus muito potente que pode ser letal está assolando a Humanidade. Esse vírus é capaz de se multiplicar rapidamente e infectar muitos ao mesmo tempo. Alguns já foram infectados, mas como esse vírus é altamente adaptável é impossível aos Seres Humanos desenvolver uma memória imunológica eficiente. Neste caso, estão vulneráveis a contrai-lo novamente. Quando você se perceber desmotivado, acomodado ou sem coragem para enfrentar os desafios, possivelmente já está infectado. Esse vírus se chama Procrastinação.
Segundo o dicionário, a palavra procrastinar significa adiar, prorrogar, postergar etc. Nesse contexto, qual a lógica de procrastinarmos os nossos objetivos?
Penso que quando postergamos algo, nos deixamos assediar por outras aventuras. Precisamos focar no objetivo e evitar ao máximo procrastina-lo. Vivemos atualmente hipnotizados. Pessoais próximas conseguem sugestionar facilmente nossas ações e até mesmo nos encorajar à desistir dos nossos sonhos. Quantas vezes fomos forçados a fazer algo contrário aos nossos objetivos pessoais? Fazemos, não pensamos no que estamos fazendo, por isso a hipnose!
Esse comportamento surge quando compreendemos que permanecer na zona de conforto é extremamente prazeroso. Sair dela causará um impacto grandioso no cotidiano. Então o vírus da procrastinação é alimentado. Com essa energia ele prolifera e acaba imobilizando o indivíduo! Quando este percebe que nutriu esse vírus por muito tempo, pode já ser tarde demais. Nesse momento esse parasita poderá destruir o indivíduo, pois alguém que não conseguiu realizar seus sonhos, torna-se frustrado. E frustração é sinônimo de depressão!
Mas para esse vírus existe um remédio. Ao percebe-se infectado, não procure um médico. Concentre suas forças e inicie a eliminação desse parasita. Analise seus objetivos e perceba se estão coerentes. Pense quanto esforço será necessário para alcança-lo. E se estiver disposto a encarar, inicie o processo de conquista. Não importa quanto tempo levará para alcança-lo, o que importa é que estará imunizado do vírus da Procrastinação, e neste caso o sucesso será certo. Como disse Henry Ford “Obstáculos são aquelas coisas medonhas que a gente ver quando tiramos os olhos dos nossos objetivos”.

sábado, 23 de agosto de 2014

O tempo das abelhas


O tempo é escasso. E vem ficando cada vez mais escasso. Quanto tempo desperdiçado com bobagens!
Desperdiçamos o nosso precioso tempo com atitudes pouco louváveis, que muitas vezes irão nos conduzir para longa estada em hospitais ou em consultórios de psicologia. Quanto tempo utilizado equivocadamente!
Os Seres Humanos, animais ditos racionais, poderiam aproveitar melhor seu tempo observando as abelhas por alguns minutos. Esses insetos vivem apenas cinco meses! No entanto, com esse pouco tempo de vida conseguem construir uma grande colmeia. Os Seres Humanos vivem em média 80 anos. E muitos não conseguem sequer iniciar os primeiros passos rumo ao progresso!
Qual seria então a diferença entre o humano e o inseto? A inteligência? Penso que se assim fosse, as abelhas aparentemente teriam muito mais! Os insetos aproveitam seu pouco tempo para a construção. Já os humanos, desperdiçam seu tempo com conflitos que apenas os levam a destruição.
Vamos analisar o comportamento das abelhas e tentar aprender como melhor utilizar o nosso tempo. Todas as abelhas vivem em uma verdadeira comunidade, cooperando umas com as outras, sem perder tempo. Os humanos gastam seu tempo apenas para si, e muitas vezes tentando derrubar o próximo. As abelhas fabricam em tempo hábil o seu alimento, e distribuem igualmente para todas na colmeia. Os Humanos utilizam seu tempo produzindo grande quantidade de alimento, mas o produto final é oferecido para poucos com melhores condições financeiras. Durante uma ameaça à comunidade, as abelhas se organizam sem perder tempo, e formam um enxame para tentar eliminar o perigo. Os Humanos, quando ameaçados, se preocupam apenas com sua família, e não querem perder tempo pensando na comunidade. Quando o perigo cessa aproveitam o tempo festejando, e não se preocupam com o restante da “colmeia” que não conseguiu tempo para fugir!
Reclamamos que vivemos pouco. Mas se realmente aproveitássemos o nosso tempo como as abelhas, teríamos certamente mais cuidado com ele. E diríamos “Vivi tempo o suficiente para contribuir com a minha “colmeia”. Portanto, apesar de sermos os seres mais inteligentes sobre a Terra ainda não compreendemos o nosso dever na construção de uma “colmeia” harmônica e equilibrada. E quando estivermos sem tempo lembraremos das abelhas, que vivendo somente cinco meses conseguem construir uma bela colmeia, pois não desperdiçam seu pouco tempo em vida. Como disse Lúcio Sêneca: “ Ensina-me que o valor da vida não está na sua duração, mas no uso que dela pode ser feito. Quem viveu muito, muitas vezes, viveu pouco”.



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Epicuro

“Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades.”   

Comentário:

    Fazendo uma análise das grandes descobertas marítimas, verificamos que temporais e tempestades foram os grandes aliados da expansão dos territórios continentais. Nesse contexto, podemos relacionar essas forças com o nosso crescimento moral e profissional.
  Atualmente, encaramos os “temporais e tempestades”, ou seja, os problemas que enfrentamos no nosso cotidiano, como forças negativas que nos aprisionam e impedem nosso avanço. No entanto, deveríamos encarar com um olhar mais positivista. Vejam que depois das tempestades, os navegadores encontram a nova terra, deixando para traz os conflitos marítimos e navegando em direção à paz e tranquilidade. Deveríamos agir como esses navegadores, no momento das tempestades de problemas e contratempos, manter a calma, ter muita paciência e coragem. Ter a certeza de que tudo passa, por mais difícil que seja. Segurando o leme com muita firmeza, evitaremos que o barco afunde.
    Desta forma, quando perceber-se no meio de um grande “temporal ou tempestade” lembre-se dos velhos navegadores, que apesar do grande risco de morte não desistiam, e quando se deram conta, já estavam com a paz restaurada, prontos para retornar e iniciar tudo novamente. Com isso, os problemas que enfrentaram fizeram acender sua reputação. Então, veja os desafios como alavanca para o seu crescimento. 

Epicuro (*341 a.C - Samos, Grécia  + 271 a.C - Atenas Grécia)

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Arthur Schopenhauer

Disse Schopenhauer: " Todos necessitam sempre de uma certa dose de preocupação, de dor, ou necessidades, como o navio precisa de lastro para navegar com firmeza"

Comentário:
Trabalho, aflição, esforço e necessidade constituem a sorte, no curso da vida, da maior parte das pessoas. Todavia se todos os desejos, tão logo surgissem, já estivessem resolvidos, o que preencheria a vida humana, com que se gastaria o tempo? Se transferíssemos o homem para um utópico pais, onde tudo crescesse sem ser plantado, e cada qual encontrasse rapidamente, sem dificuldades, sua alma gêmea, sucederia que uma parte da humanidade morreria de tédio ou se enforcaria, e a outra parte promoveria guerras, massacres e assassinatos, e dessa forma faria trazer mais sofrimento. Por isso, encontrar a positividade diante da dor/sofrimento é o melhor caminho para a resignação. 
Referência: Da morte. Metafisica do amor. Do sofrimento do mundo. Arthur Schopenhauer. Editora: Martin Claret.
Arthur Schopenhauer - *1788 (Reino da Prússia) +1860 (Frankfurt)

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Palestra "Reflexões sobre a morte"

 Essa palestra propõe uma reflexão sobre o significado da morte, bem como a importância de viver a vida intensamente.

Desânimo e Desilusão

Vivemos atualmente em uma sociedade de muito estresse, ansiedade e aborrecimentos. Com todos esses contratempos não observamos os detalhes da vida, e o pior, não sabemos agradecer pelos rápidos instantes de compartilhamento de alegrias.

Na música “Outro de Tolo”, Raul Seixas nos faz uma provocação muito interessante. Ele nos alerta para a importância de agradecer por esses momentos, muitas vezes tratados como rotina, mas que na realidade são um presente da vida.

Muitos conseguiram o que almejavam. Já criaram seus filhos, conseguiram comprar aquilo que tanto sonhavam, enfim, alcançaram seus objetivos. Outros ainda podem estar buscando seus sonhos. Mas infelizmente não encontraram, ou buscam de forma equivocada, o mais importante: a felicidade.

Vivemos insatisfeitos com o salário que ganhamos, mas esquecemos que esse salário foi acertado e concordado. Sempre queremos viver de uma forma que não condiz com a nossa realidade, com isso surge o desânimo e a falta de interesse pelo trabalho.

Quase nunca agradecemos pelo nosso sucesso, conquistas e momentos de alegria junto com amigos ou familiares. Esquecemos que tudo tem um propósito maior, e que nada é por acaso.

Nunca estamos agradecidos, apenas tristes, desaminados ou desiludidos. Por que será? Porque nos falta a humildade para reconhecer a beleza da vida, e atribuímos a felicidade apenas às coisas materiais.

Quando Raul Seixas diz: “(...) mas que sujeito chato sou eu. Que não acha nada engraçado. Macaco, praia, carro, jornal, tobogã. Eu acho tudo isso um saco”. Propõe uma reflexão importante, a de que precisamos buscar a felicidade nas coisas simples da vida. É exatamente isso que falta na sociedade consumista em que vivemos.

Por fim, peço que escute essa canção com muita atenção, e aproveite para refletir sobre suas alegrias, pois elas podem estar focadas apenas em superficialidades. Somente quando despertarmos para a verdadeira essência da felicidade alcançaremos a plenitude. 



terça-feira, 1 de julho de 2014

Palestra "Quem é você: Realidade ou Ilusão?"

Palestra realizada na Cidade da Luz. Nessa palestra é possível refletir sobre o desafio de viver sua realidade. Nos mostra o perigo de acreditar nas ilusões e os possíveis transtornos associados a alterações na personalidade.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Palestra "Sexualidade e Espiritualidade"

 Palestra realizada na Cidade da Luz. Apresenta uma visão espiritualista sobre a sexualidade, respaldado na filosofia, ciência e religião.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Aprendendo a viver

Sêneca disse: "Tu ficas indignado e te queixas! Não compreende que todo o mal provém não do que te acontece, mas sim de tua indignação e de tuas reclamações? Do meu ponto de vista, não existe miséria para um homem a não ser a de achar que algo que faz parte da natureza das coisas não está correto."
Aprendendo a viver. Sêneca

Comentário

Nesse passagem, Sêneca ensina a importância da resignação. Aceitar os nossos problemas como sendo concebidos por nossas próprias escolhas é a grande sabedoria. Sempre que reclamamos da nossa sorte, na realidade estamos nos voltado contra as leis naturais e consequentemente fortalecendo nosso orgulho e vaidade.  Por isso, Sêneca afirma "aquele que decide viver se lamentando, a esse é preciso castigar e fazer com que aprendam que mesmo nas lágrimas pode haver estupidez." 
Lúcio Anneo Sêneca (4 a.C. - 65 d.C.)  - Filósofo Espanhol

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Falso progresso tecnológico

"Os diálogos pessoais, no momento, cedem lugar às comunicações eletrônicas, o prazer da convivência entre amigos é transferido para mensagens ligeiras, ortograficamente incorretas e atentatórias à boa linguagem".
Joana de Ângelis

Atualmente estamos vivendo um falso progresso tecnológico, haja vista o interesse cada vez maior em transformar nosso diálogo pessoal em uma comunicação através de equipamentos eletrônicos. 
A utilização dessa tecnologia, a meu ver, deve ser realizada com muito bom senso, pois pode escravizar seus seguidores tornando-os verdadeiros alienados, acreditando que seus verdadeiros "amigos" estão ali, listados, semelhante a uma mercadoria a venda.
Realmente estamos vivendo um novo tempo, um novo período na humanidade. Mas será que o ser humano está realmente desenvolvendo sua humanidade? Ou afastando-se cada vez mais uns dos outros?
Certamente existem aqueles que aproveitam dessa tecnologia para cultivar o conhecimento e exercitar sua Humanidade. No entanto, a grande massa humana está envolvida com o ideal consumista, acabando por contaminar esses poucos que idealizam o verdadeiro progresso social/moral, gerando com isso, graves prejuízos para a saúde física, emocional e mental  da sociedade. 
Como disse Joana de Ângelis, "o ser humano autodesconhece-se enquanto permanece atento aos acontecimentos exteriores que envolvem outras pessoas, cujas imagens são mecanismos de transferências das suas próprias aflições e inseguranças, tornando-as como ídolos ou modelos, invejados uns, enquanto detestados outros, por parecerem inalcançáveis..."
Por isso, antes de se envolver com equipamentos eletrônicos de alta tecnologia, em especial aqueles que prometem a aproximação entre pessoas, deve-se refletir bastante sobre seus objetivos e utiliza-los com bom senso. Somente assim esse progresso poderá ser eficiente, não distanciando ou agredindo moralmente aqueles que os utilizam. 


Tono - Samba do Blackberry

domingo, 22 de junho de 2014

Confucionismo

Confúcio disse: " Ao encontrar um Homem virtuoso, deve-se pensar como igualar-se a ele. Ao encontrar um Homem sem virtudes, deve-se olhar para dentro de si mesmo e refletir".

Comentário:
Se há alguém melhor do que si próprio, deve-se esforçar para se tornar como ele. Se alguém outro não é tão bom como si mesmo, deve-se refazer o julgamento para confirmar se não é o caso de possuir os mesmos defeitos. O objetivo dessa prática é evitar julgar os outros e se esquecer do principal, o aperfeiçoamento moral.

                                                                                                   Fonte: Os Analectos






Estátua de Confúcio no Parque da Cidade (Salvador-BA). Esse monumento foi doado pelo governo Chinês em comemoração aos 30 anos de reatamento das relações comerciais entre China e Brasil e aos cinco anos do acordo bilateral assinado entre a Bahia e a Província de Shandong.

Registro na estátua de Confúcio mostrando o período de nascimento e morte.