quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Às vezes...

Às vezes sou esquizofrênico, quando prefiro viver uma ilusão, a de que está tudo bem. Para isso, crio uma realidade confortável, mas longe da verdade. 

Às vezes sinto-me autista, quando prefiro me ausentar, desconectar de todos e viver no meu mundo particular. Só assim encontro comigo mesmo.

Às vezes demonstro ser bi-polar, quando manifesta em mim uma força desconhecida, que me faz perceber o quanto ainda não conheço a minha essência.

Às vezes sinto a depressão, quando me vejo introspectivo, calado. Mas preciso desse tempo, não me julgue doente. 

Às vezes a síndrome do pânico vem, quando não vejo mais o seu olhar a brilhar pra mim. Quando sei que vou precisar sepultar o nosso amor.

Às vezes tenho TOC, sempre que por repetidas vezes falo eu te amo. Que me amo. Que sempre vou amar.

Às vezes, muitas vezes, a ninfomania aparece, me deixando com sede e desejo da mais profunda forma de meditação. Não precisa aprisionar essa força. Doe vida!

Às vezes sou cleptomaniaco. Quem não é? Quem nunca desejou possuir aquilo que não tem? Certamente mentalmente já pensou. E só em pensar o fato já está consumado. Se contente com o que você tem.

Às vezes percebo a histeria, quando permito a catarse. Quando deixo a emoção fluir. Nunca controle as suas emoções, liberte-as. 

Às vezes deixo a fobia transparecer, pois tenho medo, vários medos, especialmente de não amar mais e sofrer.

Às vezes, quase sempre, diariamente olhe pra você, e veja o quanto ainda tem a amadurecer.   Pois o outro mora dentro do seu ser. 

Bruno Pitanga